Nadiro da Silva de Souza, acusado de matar sua filha de quatro anos como vingança contra a ex-mulher, participou de uma audiência de instrução no último dia 3 de agosto. Durante a audiência, testemunhas de acusação e defesa foram ouvidas. As testemunhas de defesa se concentraram na descrição do comportamento de Nadiro até o momento do crime, evitando abordar diretamente o caso em que ele foi indiciado.
Nadiro não foi ao Fórum. Ele foi ouvido por meio de videoconferência e permaneceu em silêncio o tempo todo. Desde sua prisão, ele mantém a mesma postura e se reserva ao direito de permanecer calado. Em momento algum falou sobre a morte da filha. A advogada da família da pequena Maria Cecília, Emily Carnevali, revelou que Nadiro não demonstrou arrependimento durante a audiência. “Não mostrava nenhum olhar de tristeza”, afirmou. Além disso, relatos dos policiais que o prenderam também indicam que ele não demonstrou arrependimento quando se entregou.
Em contato com a mãe da vítima, Beatriz Félix, ela segue clamando por justiça e aguarda a decisão do judiciário sobre o julgamento. A família quer ele seja submetido a um júri popular.Em rápido relato, a mulher ainda disse que tenta superar a tragédia que aconteceu. Ela faz acompanhamento psicológico desde que a filha foi assassinada de forma tão cruel.
Relembre o crime:
No dia 12 de maio, Nadiro pegou a filha, pois havia conseguido autorização judicial para passar as tarde dos dias que estava de folga com a menina. O casal estava separado e ele não aceitava o fim do relacionamento. Nadiro buscou a criança e o encontro foi registrado por uma câmera de monitoramento. Nesse momento, Maria Cecília ainda estava sob o olhar da mãe. A filha abraça o pai e depois seguem de carro.
No final da tarde, Beatriz envia uma mensagem ao ex pedindo para que ele entregasse a filha como o combinado. A resposta foi essa:”Ela já está morta”. Nadiro também enviou fotos dela amarrada. Com isso, a polícia foi acionada e logo o corpo da criança foi encontrado nas águas de um rio afluente do Rio Paranapanema. O carro estava abandonado próximo, já Nadiro não foi encontrado. Um laudo do IML apontou que Maria Cecília foi morta asfixia e estrangulamento.
Depois de 13 dias de procura, o suspeito se apresentou na delegacia de Terra Rica, noroeste do Paraná. Ele permaneceu escondido todo esse tempo e foi cogitado pela investigação que ele havia cometido o suicídio depois de matar a própria filha.
Dado a grande repercussão do caso, ele foi transferido à Maringá. Hoje Nadiro está em uma cadeia na região. Ele foi indiciado por homicídio qualificado e ocultação de cadáver.